Nunes diz que motociclista é 'grande prejudicado' na briga jurídica contra 99, mas seguirá com fiscalizações

  • 21/01/2025
(Foto: Reprodução)
Prefeito da capital se reuniu com o desembargador Valdir Florindo, do TRT-2, nesta terça (21). Após reunião, o magistrado destacou que os motociclistas não deveriam trabalhar em um ambiente inseguro. Categoria protestou contra apreensões no Viaduto do Chá. Prefeito Ricardo Nunes fala sobre reunião com o TRT sobre o serviço da 99Moto Reprodução/TV Globo O prefeito Ricardo Nunes (MDB) afirmou na tarde desta terça-feira (21) que o motociclista "acaba sendo o grande prejudicado" na briga jurídica entre a Prefeitura de São Paulo e a empresa 99 sobre o funconamento do serviço de moto por aplicativo. Desde o dia 15, quando a operação passou a funcionar na capital paulista, a prefeitura já apreendeu 185 motocicletas que estavam sendo usadas como mototáxi. Nesta terça, Nunes se reuniu às 15h com o presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2), desembargador Valdir Florindo, para discutir o serviço de moto por aplicativo. No mesmo horário, cerca de 300 motociclistas se reuniram em frente à sede da administração municipal, no Viaduto do Chá, para protestar contra as apreensões (leia mais abaixo). ✅ Clique aqui para se inscrever no canal do g1 SP no WhatsApp "Vamos continuar trabalhando porque é um tema grave por dois aspectos: aumento de acidentes e óbitos e uma empresa que de uma forma assustadora faz uma afronta com relação ao não cumprimento da norma legal e de decisão judicial", disse Nunes após a reunião. "Como pode uma empresa fazer algo num nível desse e não ter uma ação que possa reverter? E que a gente possa mostrar que nosso Estado democrático de Direito prevê que qualquer um e as empresas... não é porque é chinesa que não vai cumprir — muito pelo contrário — as normas e lições judiciais", complementou o prefeito. LEIA TAMBÉM: Serviço de moto por aplicativo na cidade de SP: entenda a briga jurídica entre prefeitura e 99 Questionado sobre as fiscalizações e apreensões de motos, o emedebista declarou que as ações são ordinárias e cotidianas. Segundo Nunes, o transporte remunerado de passageiros em moto por aplicativo é proibido na capital, por isso motociclistas que estejam realizando esta atividade não podem circular pela cidade. A nossa questão não é o motociclista que na ponta acaba sendo o grande prejudicado. Não seria desejo da prefeitura fazer apreensão ou multa dessa pessoa, porque ela está ali buscando o seu ganha-pão, o seu sustento. Nós temos por trás disso uma empresa que joga numa plataforma algo que está proibida de fazer." O desembargador Valdir Florindo explicou, após a reunião, que a discussão com o prefeito não tratou do vínculo trabalhista (ou ausência dele) dos motociclistas com a 99, mas sim das condições de trabalho desses profissionais. "Não é possível imaginar que em São Paulo a gente vai permitir que as pessoas trabalhem com insegurança, intranquilidade, problemas com acidentes, coisas que realmente preocupam, que custam caro às famílias, ao Estado e custa caro a todos que acabamos pagando por tudo isso. Isso interessa à Justiça, sim, porque é compromisso com as boas e adequadas condições de trabalho", disse o magistrado. Manifestação Motociclistas protestam contra a proibição do 99Moto em SP Abraão Cruz/TV Globo O protesto dos motociclistas contrários à proibição do serviço de moto por aplicativo começou por volta das 14h30 em frente à sede da prefeitura, no Centro de São Paulo, e durou cerca de duas horas. "Trabalhar não é crime, motocas de SP na rua" e "Não à proibição" foram algumas das faixas estendidas pelos manifestantes. Atuando há 19 anos na profissão em Guarulhos, na Grande São Paulo, o motoboy Fábio Elias que participava do ato, defendeu a continuidade da 99Moto na cidade por ser mais uma opção de renda para a categoria. "[A apreensão da moto] mata a pessoa que está trabalhando e pedindo emprego. Não estamos xingando o Nunes. A gente só quer a liberação", disse o motoboy. Os vereadores da base do governo, Lucas Pavanato (PL) e Major Palumbo (PP), também participaram do protesto ao lado dos motociclistas. Sobre a participação dos parlamentares, o prefeito disse comentou que eles têm a opção de "defender o interesse público" ou de "buscar seguidor". Motociclista protestam contra a proibição do 99Moto pela prefeitura Abraão Cruz/TV Globo Briga judicial Na segunda (20), a Justiça de São Paulo também decidiu que a prefeitura pode continuar fiscalizando o serviço oferecido pela 99. Contudo, isso não significa que a funcionalidade 99Moto tenha sido suspensa. O serviço continuará funcionando na capital, segundo a empresa. Em seu entendimento, o desembargador relator Eduardo Gouvêa, ao analisar as provas apresentadas, considerou que as fiscalizações podem seguir, pois "a Constituição Federal concede aos municípios competência para legislar sobre assuntos locais". A decisão, no entanto, não se estende à oferta do serviço. Diz respeito apenas à fiscalização dos motociclistas por parte da prefeitura. No agravo de instrumento, a 99 tentou impedir a realização da fiscalização por parte da prefeitura, alegando que estão presentes os requisitos para a medida solicitada porque o decreto Municipal nº 62.144/2023 contradiz a política de mobilidade urbana nacional (Lei nº 12.587/2012) e o Tema nº 967 do Supremo Tribunal Federal. Além disso, no recurso, a 99 alegou que o decreto é considerado ilegal e inconstitucional, pois não regulamenta nenhuma lei federal e invade competência exclusiva da União. "Entretanto, a empresa não cita o Art. 11-A da Política Nacional de Mobilidade Urbana, que estabelece que compete exclusivamente aos municípios regulamentar e fiscalizar o serviço de transporte remunerado privado individual de passageiros", afirmou a prefeitura, em nota. Além disso, segundo a prefeitura, "existe a necessidade de o modal, necessariamente, se submeter às regras previstas no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), à Lei 12.009/2009 e às resoluções do Contran". Em nota, a 99 afirmou que lamenta a decisão provisória do desembargador relator Eduardo Gouvea, que indeferiu o pedido em caráter de urgência feito pela empresa. Contudo, a empresa ressalta que segue valendo a decisão de primeira instância, que, conforme esclarecido pelo próprio juiz, não suspendeu a funcionalidade 99Moto. Por isso, o serviço continuará operando, diz a 99. "O transporte privado por motocicleta permanece respaldado pela legislação federal e os municípios não têm competência para proibi-lo, conforme já decidido pelo STF e reconhecido por cerca de 20 decisões judiciais de todo o Brasil. A 99 continuará adotando todas as medidas legais para assegurar os direitos da empresa, de seus usuários e motociclistas parceiros em São Paulo, mantendo o compromisso que já beneficia mais de 40 milhões de brasileiros em mais de 3.300 cidades". Tentativa de suspender serviço Transporte de passageiro por motos se transforma em queda de braço entre prefeitura e 99 Desde terça-feira (14), a prefeitura da capital tenta suspender o serviço. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) afirmou nesta segunda (20) que chegou a pedir ajuda para o governo chinês, de onde é a empresa dona do aplicativo. "Se eles não cumprirem a segunda notificação que foi o prazo de 24 horas para retirarem do aplicativo o oferecimento de moto, a Procuradoria-Geral do município vai ingressar com uma ação judicial pedindo a aplicação de multa e reparação por danos morais", disse Nunes. "Além disso, a nossa Secretaria de Relações Internacionais tem falado com o cônsul da China sobre a nossa preocupação com uma empresa chinesa descumprindo as regras legais do município e também descumprindo uma decisão judicial." O diretor de comunicação da 99 reafirmou que tem respaldo legal para manter o serviço. "A 99 moto está funcionando normalmente durante o dia todo. Inclusive, a gente registrou números mais elevados de utilização da 99 Moto. Somando o primeiro e o segundo dia chegou a 50 mil corridas completas. Então, a gente continua operando normalmente, baseados na lei federal, nas leis federais, que respaldam a nossa operação e legitimam a nossa operação em 3.300 cidades onde a gente já opera. E o nosso entendimento é que a gente pode continuar operando baseados nessa legislação", afirma Bruno Rossini, diretor de comunicação da 99.

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2025/01/21/nunes-diz-que-motociclista-e-grande-prejudicado-na-briga-juridica-contra-99-mas-seguira-com-fiscalizacoes.ghtml


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